PNR contra a lei da Eutanásia

“Mesmo instado, não darei droga mortífera nem a aconselharei; também não darei pessário abortivo às mulheres.”
Juramento de Hipócrates

Hoje, debate-se a Eutanásia na Assembleia da República, à qual chamam, pomposamente, “morte medicamente assistida”. Este tema, que está a dividir os portugueses, mexe com uma série de problemas éticos, sociais, humanos, médicos e familiares, sobretudo, porque para a morte não há remédio e para a dor e sofrimento sempre há algum remédio.

O problema maior é que toda a eutanásia pressupõe que a pessoa peça para ser morta, mas a experiência da Holanda e da Bélgica já revelou inequivocamente que a lei abriu a porta a inúmeros abusos e que uma grande parte dos “eutanasiados” nunca pediram tal fim. São mortos por decisão de familiares, de médicos e de enfermeiros. Quando um doente ou um idoso for um empecilho é eugenicamente eliminado e poupa-se em unidades de cuidados paliativos, medicamentos e pessoal.

Acreditamos que em casos extremos, dramáticos e excepcionais, alguém possa pedir o fim da vida, mas essas situações, que eventualmente pudessem constituir uma excepção, teriam de ser amplamente discutidas e muito bem definidas. De contrário, a opção pela lei que agora nos propõem, é abrir a «Caixa de Pandora», como se verificou na questão do aborto a que chamam “interrupção voluntária da gravidez”, eufemismo que “adoça” a brutalidade com o intuito da a legitimar.

O primado da vida deve prevalecer sobre o primado da morte. A medicina avança todos os dias e faz descobertas surpreendentes. E esta questão é demasiado complexa para ser decidida por meia-dúzia de pessoas ou partidos que nem no seu programa eleitoral mencionavam a decisão de colocar este assunto na agenda.

Tenham, no mínimo, a coragem e decência de fazer um referendo!