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Há mar e mar… e um sistema a falhar!

Há mar e mar… e um sistema a falhar!

NaufrágioA recente tragédia envolvendo pescadores na Figueira da Foz, com a lamentável perda de vidas, leva-nos a tecer algumas considerações sobre o assunto e mais uma vez a demonstração da nossa indignação.

Numa altura em que todos procuram sacudir a água-do-capote, em que a culpa, mais uma vez, parece morrer solteira e em que procuram apontar como únicos culpados, os pescadores, só porque estes não estavam a usar colete salva-vidas, é necessário pôr o dedo na ferida ou ter a coragem de o apontar aos verdadeiros autores desta tragédia.

Em primeiro lugar, temos de condenar a falta de desassoreamento nesta e noutras barras do país; provavelmente será a causa principal do naufrágio e a causa de outros naufrágios, se o assunto não for resolvido a tempo. Os pescadores têm alertado para o problema, mas as autoridades responsáveis têm feito ouvidos-de-mercador, à boa maneira portuguesa, da forma como o sistema trata esta e outras questões.

Depois, o salvamento e busca no mar, não pode estar na mão de serviços que funcionam das 9h às 17h e que não possuem nem meios humanos, nem materiais para o cabal cumprimento da missão.

Para a fiscalização, para muitas vezes perseguir os pescadores, não faltam recursos, mas para os salvar é preciso a heróica contribuição de um agente da Policia Marítima, que até nem estava de serviço, que arriscou a vida, correndo o perigo de ter a mesma sorte de um camarada, que no mesmo local perdeu a vida há dois anos.

É legítimo perguntar, como estará a família desse agente?! Receberá uma pensão? Terá apoio do Estado?

Defendemos a completa reestruturação da Polícia Marítima. Temos que transformar este órgão numa verdadeira Guarda-costeira, seguindo o exemplo de outros.

O serviço, para além das missões de fiscalização que já tem, deve ser dotado de meios humanos, materiais e formação, dedicados à busca e salvamento, para que no futuro, casos como o da Figueira da Foz, possam ser tratados de forma a minimizar as perdas de vida.

O sistema só se lembra dos pescadores na altura de se lhes impor quotas ou de os perseguir. Ajuda para melhorar as condições de segurança, para modernizar a frota, serviços de busca e salvamento e até a eterna questão da Arte Xávega, ficam na gaveta do esquecimento, o lugar para o qual os políticos do sistema remetem tudo aquilo que não dá lucro ou votos.

Nesta tragédia da Figueira da Foz, o principal culpado é o Estado português e é a esse que devem ser assacadas as culpas, as eventuais acções judiciais e a revolta de todos nós.

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