Em defesa dos pescadores de arte-xávega

Os pescadores que praticam a arte-xávega esperam há demasiado tempo pela implementação de medidas legais com vista ao reconhecimento, salvaguarda e valorização daquela actividade.

«Insatisfação, desilusão, impaciência e indignação», foram os sentimentos expressos na reunião convocada pela Associação Portuguesa de Arte-Xávega, realizada no passado sábado em Vieira de Leiria, que contou com a presença de Alfredo Pinheiro Marques, presidente do CEMAR (Centro de Estudos do Mar).

A Assembleia da República já aprovou por unanimidade uma recomendação ao Governo para que legislasse sobre esta arte, tendo em atenção a sua especificidade e carácter excepcional.

A actual legislação não contempla os aspectos específicos e particulares deste tipo de pesca, o que faz com que os pescadores estejam sempre a ser multados e a cair nas malhas da Lei.

O PNR lamenta que o Governo tenha “metido na gaveta” estas recomendações e que não dê prioridade a esta importante questão, da qual depende o sustento de numerosas famílias. Os pescadores de norte a sul do País têm sido, aliás, das principais vítimas da União Europeia e de uma classe política que tudo lhes promete nas campanhas eleitorais mas nada lhes dá quando chega ao poder (tome-se como exemplo gritante o caso de Paulo Portas).

O PNR lamenta também que uma arte bem portuguesa esteja a ser abandonada por culpa de toda esta incúria governamental, em grande medida porque as multas são cada vez mais pesadas, pois a rentabilidade desta actividade até a torna sustentável.