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A crise e os seus verdadeiros autores

CriseÉ impossível falar da “ideologia” do regime sem falar do seu constituinte central: a Crise. Palavra fundadora de todo o seu discurso, pensamento e método, a crise serve de fundamento e argumento para as mais insanas medidas de que a classe de cleptocratas sem escrúpulos que se instalou no poder se lembra para aparar os seus apetites e desejos devoradores. Mas a História mostra que essa “Crise” veio para ficar em definitivo enquanto os partidos do costume estiverem no poder.

No presente, a lógica do poder a todo o custo tornou-se superior a qualquer outro princípio que dê sentido às suas acções. Em nome da crise, aprofunda-se a crise; é um ciclo vicioso e viciado. Eles sabem usar estes argumentos em favor de si próprios mas não em benefício daqueles que os elegem. São frios e calculistas, dependendo dos cargos que ocupam, da riqueza bruta e de uma moral cega, para poderem viver e subsistir. Vivem uma vida de conflitos e arrastaram para eles todo um País.

Como arrasaram toda a economia, ora nacionalizando, ora privatizando de acordo com a circunstância que mais lhes convinha a eles e às entidades estrangeiras e supranacionais a quem servem, tiveram de sujeitar-se a uma fonte de financiamento externo – primeiro da UE, depois do FMI – a troco da entrega dos sectores-chave da produção. Para obter o capital que distribuem pelos seus, trataram de retalhar todo o sistema produtivo, entregando-o à seita partidária ou aos parasitas do capital e da especulação. Estes governantes só são poderosos enquanto tiverem lugares e dinheiro para distribuir pelos fiéis. Sem este disfarce, são seres vulgares e mesmo medíocres.

Ao apostarem numa economia que vende ao desbarato o sector produtivo do Estado, ao entregarem os benefícios comuns a interesses privados e estranhos ao País (com os quais articulam o seu domínio), ao desmantelarem a rede de serviços públicos, ao pretenderem uniformizar e taxar toda a vida em sociedade, demonstram claramente o grau da sua derrota política. Fecharam com chave de ouro a política caótica do PREC. Tratam-se de fugas para trás que significam a expropriação dos bens comuns do Estado – ou seja, de todos os cidadãos que o constituem – pelas suas clientelas.

Isto implica a substituição do Estado de Direito por um poder privativo, exclusivista, hereditário, que tudo permite em troca da fidelidade canina. Nenhum sistema político-económico, ou projecto de sociedade poderá ter sucesso com os principais responsáveis pelo fracasso na posse dos mecanismos de gestão e controlo da administração.

Veja-se que o grupo central dos poderosos da “Democracia” actual são, na sua maioria descendentes dos poderosos do lado mau do regime anterior, ou seja, dos oportunistas (que também os houve). Agora, começam a querer confundir o futebol com a política. É assim no terceiro-mundo. Hoje, a genuína Política já não existe nem se pratica, o que existe, sim, é o marketing político, o conto do vigário a uma escala descomunal.

No entanto, a riqueza subtraída da política e a hipocrisia governativa são acessíveis apenas a uns quantos privilegiados, seguidores da cartilha, integrados nas “jotas” ou beneficiários do caciquismo local e dos grupos fabricados e mantidos pelo próprio regime que devora o Estado. Porque se sentem impunes, os seus elementos são cada vez mais arrogantes.

Graças a tudo isto, espalham medo, conformismo e angústia na sociedade, desmotivando-a, fragmentando-a, diminuindo-a na sua capacidade cívica, para que se mantenha a sua “ordem”. Porém, esta “ordem” gera apenas e cada vez mais desordem administrativa e descontentamento social. É o próprio Regime e o seu sistema quem semeia a violência, nele actuam os grandes profissionais do extremismo económico, do radicalismo político, do terrorismo cívico.

O individualismo e a desconfiança estão de tal forma entranhados no sistema político e na sociedade que não aceitam o domínio de muitos para benefício de todos, mas aceitam o domínio de poucos, para prejuízo de todos.

A Crise institucionalizou-se, e estes governantes precisam dela como do ar que respiram. Mas a crise é verdadeira, agudiza-se por entre a sociedade e todos os sectores estão em decadência. Na verdade, é como um jogo de espelhos. Estes sacrifícios inúteis a que forçam a sociedade e não se sujeitam eles mesmos não são suficientes para esconder o seu fracasso. Nada mais se pode esperar da actual classe política. Foi por culpa da ideologia e da incompetência deles que entrámos na crise, logo jamais poderão ser eles a conseguir tirar-nos dela.

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