Águas podres

A empresa Águas da Região de Aveiro faz parte do grupo Águas de Portugal e já opera segundo a lógica de uma empresa privada, na linha de seguimento das politicas deste Governo em relação a um bem que é de todos, mas que querem colocar nas mãos dos privados.

Os preços cobrados já são os mais caros de país e, na factura, aparecem taxas como a de Protecção Civil, que não é mais do que um estratagema para ir cobrando impostos que tornem apetecível a tal passagem a privado destas empresa.

Mas agora o passo foi maior e mais duro: em caso de rescisão dos contratos de água, a empresa fecha também o saneamento, isto é, quem não tem dinheiro para pagar a conta da água, para além de ver a torneira fechada também fica sem saneamento.

Torna-se assim impossível viver nesta habitação, ou então voltamos aos tempos de antanho: vai-se buscar a água à fonte atira-se os dejectos para a rua (e quiçá, com a “ajuda” das operadoras eléctricas, ainda se viverá à luz da vela).

Sabendo que existem muitas famílias que atravessam dificuldades económicas que já não lhes permitem pagar a água, esta empresa pouco pública e com os olhos no privado já começa a dar a sua imagem de futuro: a lógica do lucro acima de tudo, e as questões sociais e de serviço público ficam na porta das traseiras. No PNR, sempre defendemos que este tipo de serviços deve estar nas mãos do Estado e/ou das autarquias. Este exemplo só nos vem dar razão e é mais uma mancha na já manchada gestão camarária PSD/CDS/PPM, queiram ou não os actuais candidatos por estes partidos tentar desvincular-se do passado.