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Do Presidente aos Nacionalistas | Fevereiro de 2012

Fernando Pessoa, quando solicitado, no final dos anos 20, para imaginar uma frase de propaganda para a Coca-Cola, criou uma expressão genial que se tem aplicado em inúmeras situações: “primeiro estranha-se, depois entranha-se”.

Tal ideia pode aplicar-se a tudo aquilo que não é indiferente ou inócuo, mas antes, que tem personalidade, singularidade e características incontornáveis. Tais situações ou factos podem, numa primeira abordagem, gerar dúvida, cepticismo ou descrença, mas a seu tempo revelam-se fecundas e interiorizam-se como que por osmose. Não há nada que, sendo ousado, marcante e de envergadura e coragem, passe despercebido e não gere alguma resistência e polémica.

Neste mesmo plano de ideias, podemos enquadrar o Nacionalismo-Renovador, já que consiste numa mudança de mentalidade, postura e imagem que poderá causar estranheza ou resistência em alguns, mas há-de entranhar-se na sociedade, que é justamente o que se deseja. Tal corresponde a um imperativo de expansão daquele que é inequivocamente o projecto Nacionalista de maior envergadura, durabilidade e credibilidade no pós 25 de Abril: o PNR!

Enquanto partido político, o PNR aspira naturalmente a vir a ser poder, não se podendo contentar com uma visão pequenina ou subterrânea. E se tal situação se tem verificado, não obstante o facto de o nosso partido ter vindo a crescer paulatinamente aos mais diversos níveis, ela deve-se naturalmente a factores externos, por demais dissecados e que tornam esta luta muito desigual, mas também a factores internos que invariavelmente têm minado a área Nacionalista ao longo de décadas. Não é um problema de agora, mas de sempre!

Estabelecendo um paralelo com o estado do país, relativamente ao qual, temos dito frequentemente que não se pode encontrar soluções, insistindo-se nas mesmas politicas erradas e lógicas viciadas, de igual modo, se queremos dar um passo em frente, um passo de coragem, que nos possa mais facilmente projectar para a sociedade, temos que encontrar soluções de fundo, ousadas e sensatas, que, naturalmente não se podem encontrar em lugares comuns, estafados e por demais chumbados de falsas e frágeis uniões, de treinos de bancada e iluminadas ideias próprias da falta de experiência ou de constância.

Temos um partido – o único partido Nacionalista em Portugal! – portador de um discurso único e corajoso, detentor de causas ímpares na nossa terra e, bem o sabemos, partilhado por muitos portugueses: cada vez mais! Mas a mensagem não lhes chega, nem tão pouco a própria existência do PNR.

Como se sabe, há poderosos factores externos que, pelo facto de virem dos nossos inimigos (reciprocamente sentidos como tal), armadilham o terreno da nossa legítima expressão. Mas não podemos ignorar também, os tais factores internos que em nada têm ajudado. E só os obstinados e curtos de vistas, persistem nos erros, nada aprendendo com eles.

Temos que corrigir erros e proceder a certos acertos para avançarmos e chegarmos longe! Mudar, não significa abdicar do Nacionalismo ou adoptar a postura caricata e pouco inteligível de uma espécie de “nacionalismo moderado”. Isso não! O nosso perfil não é comparável ao de uma certa figurinha invertebrada que um belo dia meteu o seu socialismo na gaveta… Pelo contrário, queremos levar o Nacionalismo bem longe e erguê-lo tão alto como o nosso sonho!

Estamos convictos da nossa razão e de que o Nacionalismo é a única alternativa para Portugal e, aliás, para qualquer nação, enquanto defensor de cada identidade e soberania, em oposição ao totalitarismo mundialista.

Mas temos que mudar algo, corajosamente, que, sem pôr em risco ou perigo o ADN do PNR nem fazer concessões nas suas causas, permita eliminar os factores que impedem o seu crescimento e que esteja ao nosso alcance modificá-los.

Nisto consiste o Nacionalismo Renovador: pautando-se por uma matriz de Actualidade e Portugalidade, visa libertar-se de tudo o que o possa enlear, justamente para o fazer emergir da zona de penumbra em que se encontra.

Se temos a razão do nosso lado, bem como a potencial adesão das pessoas às nossas causas, não podemos perder esta oportunidade por via de uma imagem e de uma linguagem que não só não cativem as pessoas, como possam mesmo ser factor de repulsa e afastamento. A culpa é externa? Sim, sem dúvida! Mas também há culpas internas, e nunca até hoje houve discernimento, coragem ou oportunidade de se mudar algo. Ou melhor: hoje, isso já está em curso, e intui-se já os bons frutos desse passo de coragem.

De que nos vale ter ideias boas se elas não chegam às pessoas? De que nos vale ter e ser a alternativa se lhes mostramos saudosismo e anacronismo? É a hora de acabar com essa insensatez. É a hora de se acabar com eternas divergências onde Nacionalistas se reclamam de tal ou tal tendência quando, mais a mais, todas elas estão desadaptadas ao tempo e ao espaço.

Chega! Há que inovar para se renovar o Nacionalismo e torná-lo realmente Português, Actual e eficaz. Há que levar estas justíssimas causas aos portugueses sem os repelir, pois temos toda a razão. Há que lhes apresentar as causas de cara limpa e com boa imagem. Só desta forma mais gente estará disposta a dar a cara por nós e connosco.

Cabe na cabeça de alguém seduzir as massas com agressividade e discursos de “mata e esfola”? Ou com imagens com que as pessoas não se identificam? Será razoável apresentarem-se justos ideais, de actualidade, recorrendo a estilos de outras épocas e lugares? Afinal o que é mais importante: fazer vingar a essência do Nacionalismo ou teimar-se em certos folclores de gosto discutível?

Não é com imagem ou linguagem violenta que se atrai as pessoas, mas antes com discurso e mensagem intransigentes, sólidos, esclarecidos e diametralmente opostos aos rumos que, malogradamente, a nossa Pátria tem seguido. E esse discurso não pode ser autista e estar divorciado das pessoas e da realidade.

Queremos, de facto, que o Nacionalismo vença, e, como tal, temos o projecto Nacional-Renovador e temos o PNR aberto a todos aqueles de boa vontade que queiram vir connosco, dando sentido e corpo à unidade de acção e pensamento em torno do que é essencial e comum entre todos.

José Pinto-Coelho | 4 de Fevereiro de 2012

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