O PNR tinha escolhido o militante Joaquim Vaz-Rato para cabeça de lista, mediante a sua disponibilidade e iniciativa, que muito agradecemos. Homem de Alter-do-Chão, voluntarioso, foi encarado como uma boa aposta.

Após a aprovação da lista pelo Tribunal de Portalegre e esta ter sido tornada pública, fomos informados, há dias, de que o nosso candidato já havia estado na prisão, saído há relativamente pouco tempo, e que isso já estava a ser comentado na surdina em certos círculos locais.

Apanhados de surpresa, confrontámo-lo e ele assumiu: tentativa de homicídio. É certo que um ex-presidiário pode – e deve! – ter oportunidade de se integrar na sociedade; o PNR não julga nem condena quem já cumpriu uma pena e se redimiu, mas não pode ser forçado a ter um cabeça-de-lista nessas circunstâncias, mal-esclarecidas, e sem nos ter fornecido previamente essa informação relevante.

Os interesses e a imagem do PNR, assim como o esforço de todos, têm de estar acima do individuo e não pode o partido sujeitar-se a ser penalizado por circunstâncias como esta. Como o PNR não tem, nem pode, nem quer ter um discurso e depois uma prática diferente, a Comissão Política não teve outra alternativa senão proceder à sua substituição.

Numa primeira fase, Vaz-Rato concordou em disponibilizar o lugar. Agora, porém, quando íamos formalizar a substituição junto do respectivo tribunal, o candidato optou por ir para as redes sociais dizer-se discriminado e posto na prateleira pelo seu partido. Ora, não foi isso que sucedeu: antes, quisemos salvaguardar a sua privacidade pedindo-lhe que alegasse razões pessoais para a desistência e, com o tempo já se equacionaria – com todos os dados, e superando a quebra de confiança pela omissão – a possibilidade de vir ou não a ser candidato em futuras eleições. Mas nesta não! A sua reacção extemporânea obriga-nos ao contraditório e a expor as nossas razões. De contrário tudo teria sido processado de forma benigna.

Amanhã dará entrada no Tribunal de Portalegre o pedido formal de substituição do candidato pela nova cabeça-de-lista, a responsável da JNR, Joana Dinis.