José Sócrates | Assunto encerrado?

Para lá da narrativa que José Sócrates desenvolve na Central de Propaganda que é hoje a RTP, este é o seu verdadeiro legado. Primeiro-Ministro entre 2005 e 2011, foi um dos principais responsáveis pelo descalabro do País. Eis a sua pesada herança:

Greves sistemáticas, guerrilhas politico-partidárias permanentes, infindáveis escândalos de corrupção de elementos associados aos seus Governos (Paulo Campos, José Penedos, Armando Vara, entre muitos outros). Em 2010, a taxa de desemprego atingiu os valores mais altos de sempre até à data, sendo que num único ano, subiu 26%.

Sem esquecer as permanentes trapalhadas nos Tribunais, os candidatos ou detentores de cargos autárquicos envolvidos em negócios pouco claros, os apagões e falhas informáticas que ainda hoje assolam toda a Administração Pública, a epidemia de embargos e providências cautelares em obras públicas. Ou as derrapagens de custos em obras do Estado, o desperdício dos recursos financeiros e o não cumprimento de prazos e de promessas eleitorais, bem como o reforço dos privilégios da classe política.

Como se tudo isto não bastasse, o Vale do Ave é apresentado como a terra da miséria; 80% dos processos de corrupção acabam em absolvição ou arquivamento; 37% dos portugueses entre 18 e 24 anos não completaram sequer o 9º ano de escolaridade; a carestia de vida aumentou brutalmente (água, luz, gás natural, propinas, taxas moderadoras). Em apenas um ano, o de 2009, a dívida pública aumenta 10 mil milhões de Euros. Enquanto isso, eram desviados 600 milhões do BCP. A austeridade tornou-se palavra de ordem. Ainda na oposição, Pedro Passos Coelho (PSD) e Paulo Portas (CDS) prometiam entretanto acabar com essa mesma austeridade, como se não soubessem que tal não iria ser possível.

Voltando ao legado de Sócrates, a diabetes atinge quase 1 milhão de portugueses, derivado da má alimentação provocada por escassez de recursos económicos, registando-se 20% de pobreza infantil. E que dizer da contestação dos agricultores, da fuga de cérebros das Universidades e dos Centros de I&D portugueses, da TDT (esse completo embuste). Ou do aumento do cabaz de alimentos em 30%, do aumento brutal dos casos de corrupção no MAI e de termos o menor poder de compra da Zona Euro?

Em simultâneo, os lucros dos maiores bancos aumentam em média 30%! 40 mil professores sem colocação, portagens nas SCUT, assinatura de dezenas de contratos de PPP’s no sector da Saúde, Energia e os Transportes. Encerramento de fábricas, maternidades, centros de saúde, tribunais, Estações dos CTT, Escolas. Corte nos benefícios a Cidadãos Portadores de Deficiência e nos Abonos de Família. Inclusive cortaram o prémio de 500 € para melhores alunos do Ensino Secundário.

À data do balanço dos Governos Sócrates, 1/3 dos internados nos Hospitais estavam sujeitos a uma nutrição deficiente, os ordenados de administradores e antigos governantes eram escandalosos e reinava a desestabilização da Universidade Pública, enquanto o desvio de fundos na Administração local se tornara uma coisa corriqueira. Não nos esqueçamos também de falências como a da Qimonda, do encerramento da Opel e da Delphi (que tinham recebido milhões de Euros de fundos do Estado). Os pedidos de ajuda à DECO por parte das famílias portuguesas dispararam e foram surgindo as notícias de fome e miséria generalizada, com famílias, crianças e idosos a dormir em baixo de viadutos e nas soleiras de portas.

De recordar ainda a manipulação e o encobrimento de dados estatísticos desfavoráveis, as rupturas de stocks de medicamentos, equipamento escolar e hospitalar, as centenas de imóveis públicos à venda, o triplicar do número de despedimentos colectivos. De acordo com dados do INE, pela 1ª vez em 90 anos, foi maior o número de óbitos do que o de nascimentos. Para isso contribuiu também a nova Lei do Aborto, verdadeiro atentado contra o Valor da Vida e crime de lesa-pátria. Já que falamos de crianças, temos também de agradecer ao Sr. Sócrates pelo escândalo do leite infantil contaminado importado da China sem controlo. E temos que agradecer, ainda, pelo desperdício de milhões de euros nos tais negócios ruinosos das PPP ou em pareceres e auditorias (como no caso do novo aeroporto previsto primeiro para a Ota e depois para Alcochete).

Por último (mas não menos importante), de recordar os escândalos do seu Diploma Universitário, do Caso Freeport, da Operação Furacão, da Face Oculta ou do BPN, em que tudo vai terminando de uma forma que deixa no ar a ideia de que o crime compensa e tudo fica impune. Quem não fica “impune”, embora não tenha cometido crime algum, são 3/4 dos idosos, que se viram arrastados para uma situação de pobreza, ou 1/3 das crianças, que passam fome, sendo que a pobreza ataca também a classe média. Hoje, são normais as situações de penúria extrema, as taxas de depressão e suicídio disparam (a par do consumo de anti-depressivos, que atinge valores recorde na UE). Ao fim de apenas seis anos de desgoverno de José Sócrates, Portugal entrou numa rota descendente, em que a pobreza e a angústia o assolaram que nem uma peste.

Conclusão: no final dos seus dias, o Governo de José Sócrates estimava em 90 mil milhões de euros o montante necessário para continuar a arrastar-se a carroça do Regime. Em meados de 2011, fechou a porta, entregou o País a interesses hostis – em conjunto com todos os outros Partidos do arco da bancarrota (PSD, PS e CDS), e do arco-íris (BE e PCP), e fugiu para Paris. Foi porém incapaz de se defender em Tribunal, mas muito expedito em desculpabilizar-se na RTP.

O PNR não esquece a verdade, senhor José Sócrates, nem o mal que você e o seu PS fizeram a Portugal desde o ano de 1974.