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Rascunho da semana | 7 de Novembro de 2011

> Cortes, sim, mas para os outros, já que os desavergonhados dos deputados, eleitos pelos tais “outros”, não cortam os seus próprios subsídios de férias de acordo com a lei iníqua, aprovada por todos eles. Quando estas situações sucedem, sobretudo de forma habitual e banal, entrámos já no terreno surrealista em que tudo vale e nada tem valor.

Como tantas vezes frisámos, este tipo de situações obscenas, da falta de exemplo que deveria vir de cima, é inqualificável e dá azo à mais justificada indignação e revolta. Contudo, que se abstenham de indignação todos quantos votaram nos cinco partidos cujos deputados continuam a gozar literalmente com a população cada vez mais sacrificada.

> A Fundação Mário Soares vai receber, este ano, pelo menos 64.825 euros de apoio financeiro por parte da vereação da Cultura da Câmara Municipal de Lisboa. Para além dos 50 mil euros anuais que o Município está “obrigado” a dar como apoio financeiro à fundação de Mário Soares, acrescem mais 14.825 euros, propostos pela vereadora da Cultura, Catarina Vaz Pinto. O protocolo entre o município de Lisboa e esta Fundação, que obrigava a um apoio anual entre 30 e cerca de 44.000 euros, foi assinado em 1995, pelo então Presidente da Câmara, Jorge Sampaio, vigorando no prazo de 10 anos, ou seja, até 2015. No entanto, e já em plena crise, foi actualizado para 50 mil euros em Julho de 2010, pela vereadora da Cultura, Catarina Vaz Pinto, como “reconhecimento do trabalho levado a cabo pela Fundação”.

Quando se fala em não haver dinheiro, temos sempre refutado que ele até existe, mas está mal gasto e perde-se nos bolsos dos patrões do poder e seus amigalhaços, sendo este, mais um exemplo. Há quanto tempo as pessoas comuns não vêem aumentos nos seus salários? Já para estas fundações sectárias de fins inúteis a não ser o branquear a imagem de um dos maiores traidores à Pátria do século XX, já existe sempre dinheiro.
Nas Campanhas eleitorais para a Câmara de Lisboa, em 2007 e 2009, o PNR sempre defendeu o corte destas verbas para a referida Fundação.
E a propósito deste assunto: o PNR por mais de uma vez solicitou ao Presidente da CML uma reunião com o objectivo de vermos facilitado um espaço – pequeno e humilde – que servisse para nossa sede, a um preço acessível. Pois nem sequer uma resposta obtivemos! Tal pedido não tem nada de estranho, já que vários partidos políticos beneficiam de sedes concedidas pela CML,  já para nem falar num vasto de número de associações de todo o género, deste o apoio à promoção da homossexualidade até ao apoio aos imigrantes invasores, que têm bons espaços de sede cedidos gratuitamente pela Câmara.

> Apartamento vago em Nova Iorque, no mítico edifício Dakota é pertença do Governo Português. Este imóvel, com valor superior a 10 milhões de euros, serviu durante muitos anos como residência oficial do cônsul-geral de Portugal em Nova Iorque. Deixou de ser habitado em 2007 e desde então pouco uso teve, sendo muitos elevados os custos de manutenção.

Isto representa, por certo, uma gota de água comparada com a dívida externa portuguesa, que ronda o nosso PIB de cerca de 180 mil milhões de Euros/ano. Mas a existência de tantas gotas de água deste género (dinheiro muito mal gasto!), ganhariam séria expressão se se fechassem todas essas torneiras. Além do mais, em matéria de princípios, não há “gotas de água”, mas apenas factos… chocantes.

> Despachar os Estaleiros de Viana é o que realmente importa ao Governo, que poderá privatizar uma posição entre 35% e 65% nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, num modelo semelhante ao que esteve na base da privatização da OGMA – Indústria Aeronáutica de Portugal, em 2004. Esta é uma das propostas que a Empordef – holding das indústrias de defesa portuguesas que, entre várias participações, também controla a posição nos estaleiros de Viana – tem em cima da mesa e que deverá em breve apresentar ao ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco. O modelo em que será feita a escolha do parceiro, contudo, está ainda por definir.

O Estado continua animadamente a despachar sectores vitais para a nossa soberania e economia e ainda por cima ao desbarato. Ou seja, em vez de se apostar seriamente nos recursos do Mar, que é uma imensa mais-valia nacional, prefere-se passar esses trunfos para mãos de capital privado e apátrida, ou estrangeiro. Esta negociata explica o porquê de se ter trazido o ferry, estranhamente rejeitado pelos Açores para a Base Naval de Lisboa, pois trata-se de algo incómodo que pode atrapalhar a negociata.

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