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Rascunho da Semana | 1 de Novembro de 2011

> A classe política, ao longo dos anos apresentada como respeitável, não pára de nos brindar com crimes de colarinho branco ou de sangue, por parte de destacadas figuras dos partidos chamados credíveis. Enfim: um fartote! Fora isso, há tudo aquilo que não se sabe, mas cujo volume se adivinha, avaliando simplesmente pela ponta do icebergue que vamos vendo e por todo o dinheiro que vamos deixando de ver… Aqui se evocam dois “singelos” exemplos, entre os que voltaram à baila nos últimos dias:

Sobre Narciso Miranda, outrora modesto desenhador técnico, posteriormente Presidente da Câmara de Matosinhos, e agora, coitado, podre de rico, vá-se lá imaginar porquê… recai uma nova suspeita de crime por desvio de dinheiro quando da sua – mais uma!… – Presidência da Associação de Socorros Mútuos de São Mamede de Infesta.

Por outro lado, o ex-deputado, líder parlamentar e figura destacada do PSD, Duarte Lima, é alvo de caça ao homem pela Interpol e neste momento não se sabe do seu paradeiro. Ao que parece a prova abundante já encontrada, aponta-o como autor do assassínio da viúva do milionário Tomé Feteira, Rosalina Ribeiro. As autoridades brasileiras pediram a sua prisão preventiva e lembram que não colaborou com elas, salientando que o que mais chocou foi o motivo que terá levado o advogado a cometer o crime, ou seja, os mais de cinco milhões de euros.

Para o PNR a Justiça tem que ser eficaz e igual para todos. De uma vez por todas, acabaria com a sensação (e realidade) de que os poderosos, com recurso a potentes meios financeiros ou a tráfico de influências, geralmente acabam por ficar impunes. A nossa História recente é pródiga em casos desses.

> A falta de vergonha parece não ter limites e até já se assume descaradamente que Portugal não nem nada para oferecer aos seus filhos, apelando aos jovens desempregados portugueses a que se vão embora, como fez agora o Secretário de Estado da Juventude e do Desporto, Alexandre Miguel Mestre: “Se estamos no desemprego, temos de sair da zona de conforto e ir para além das nossas fronteiras”. Agora, só faltava mesmo era fazerem a Juventude sentir-se a mais na sua própria Pátria.

A única resposta que nos ocorre dar a este senhor Secretário de Estado, é esta: “Vá você, Senhor Secretário!”

> População nacional em declínio, é o que significa, em termos práticos, a nossa taxa de natalidade de 1,3 que é a segunda mais baixa do mundo, apenas superada pela Bósnia. Por outras palavras, isto representa um crescimento demográfico negativo e um envelhecimento da população, já que a reposição geracional e demográfica de um país exige a fecundidade de 2,1, no mínimo, por casal. Indiscutivelmente, a insegurança no trabalho e a falta de perspectivas de futuro, são factores que convidam os casais a não quererem ter filhos. Mas não é só o aspecto financeiro que contribui para esta postura como, sobretudo, uma questão de mentalidades, subjacente a tais decisões, coloca Portugal na preocupante e humilhante cauda dos países do mundo.

Para o PNR, a Família é a célula base da sociedade, considerando um dever prioritário o investimento nesta instituição milenar, até como forma de garante da vitalidade e rejuvenescimento de Portugal. É fundamental a existência de uma verdadeira política de família, consistente e com objectivos claros, quer a nível de apoios financeiros, logísticos e de benefícios fiscais, quer a nível de uma mudança de mentalidades que promova políticas de natalidade.

> O emprego, cada vez mais descartável, vê entrar em vigor as novas regras para as indemnizações por despedimento. Nos contractos de trabalho que forem assinados a partir de agora, as indemnizações são calculadas com base em 20 dias de retribuição base e diuturnidades por cada ano de antiguidade em vez dos 30 dias que eram regra até agora. Mas a intenção do Governo é alargar as regras aos restantes contractos a partir do ano que vem, utilizando um modelo que passe por manter as regras antigas para os anos já decorridos de contrato e as novas regras aos anos que decorrerem a partir de agora.

Se tais sacrifícios e instabilidade de vida tivessem algum sentido, ainda se compreendia, mas ao contrário daquilo que o PNR sempre tem defendido, estes senhores não têm qualquer estratégia de recuperação da economia e de reanimação da Produção Nacional.

> “Grande” Primeiro-Ministro, sim senhor! A sua recente afirmação de que «Só saímos desta situação empobrecendo em termos relativos e até absolutos, porque o Produto Interno Bruto (PIB) já está a cair» é bem reveladora do seu programa de Governo: cortar, asfixiar, empobrecer. Na conferência «Portugal 2012: Os Desafios do Orçamento do Estado», garantiu que o Governo não tem «prazer absolutamente nenhum em estar a castigar um grupo específico da população». Pois não parece… O que se vê, realmente, é que continuam, todos eles, a gozar com as pessoas. Melhor fora que ele, os seus correligionários, e todos os demais que têm comido da mesma gamela ao longo de décadas, dessem agora o corpo ao manifesto, como voluntários para ser o grupo específico a ser castigado. Afinal, isso sim, seria de justiça. De facto é revoltante ouvir-se as balelas destes políticos incompetentes, que arruinaram a economia de Portugal. Como se pode pedir sacrifícios a um povo que, na sua maior parte ganha uns míseros 600 euros? O dinheiro não sumiu: foi roubado e “escondido” nos paraísos fiscais. Eles que o vão lá buscar!

Só não vê quem não quer, que este sistema político e económico vai acabar por implodir, devido à rédea solta dada ao mercado e à pura especulação, sem qualquer controlo por parte do Estado. O resultado está-se a ver. Mas o mais revoltante é saber-se que mais uma vez quem vai pagar os erros e abusos desta corja será sempre a classe média, as famílias e as PME’s, porque os poderosos, na sua grande maioria, não só escapam à crise como ainda podem beneficiar dela, encontrando aí mais uma oportunidade para extorquir os bens de quantos, por desespero e sobrevivência, os vendem ao desbarato.

> A História não se repete? De modo exacto, não, já que as sociedades estão em constante mutação e evolução, mas ela descreve ciclos mais ou menos evidentes, às vezes, até assustadoramente tirados a papel químico. Portugal é disso um exemplo cabal. Basta atentarmos nas palavras que Eça de Queiroz escreveu em 1872: “Nós estamos num estado comparável somente à Grécia: mesma pobreza, mesma indignidade política, mesma trapalhada económica, mesmo abaixamento dos caracteres, mesma decadência de espírito”.

A lógica será também a mesma: só o Nacionalismo, moderno, por certo, é a chave para fazer Portugal emergir no pântano para onde os políticos nos atiraram, com as suas políticas anti-nacionais e de roubo sistemático, e reerguer o espírito e os caracteres.

> EDP em grande, já que superou as estimativas, tendo o seu lucro crescido 6% nos primeiros nove meses do ano. Com um resultado de 824 milhões de euros ficou acima da média das estimativas de cinco analistas sondados pela Reuters, que esperavam que a EDP tivesse tido um lucro de 801 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano. Só não se compreende o motivo pelo qual o Estado Português quer vender os seus 25% na participação desta empresa de importância estratégica fundamental para o país, e ainda por cima, passar essa posição para capitais estrangeiros.

Ou melhor, até se “compreende”, se olharmos pela lógica que o PNR denuncia incansavelmente, da existência de fortes poderes capitalistas-selvagens, que fazem dos interesses nacionais tábua rasa e não hesitam em carregar cada vez mais nas facturas das famílias e empresas portuguesas tão sacrificadas: em nome do lucro que beneficia interesses alheios e contrários aos nacionais.

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